Os desertos são regiões hiperáridas, áridas e semiáridas, apresentam índices pluviométricos baixíssimos: menos de 100 mm de chuva anual nas porções hiperáridas, menos de 250 mm nas partes áridas e oscilam entre 250 mm e 500 mm nas regiões semiáridas. Em virtude dessas condições físicas, os desertos são locais de difícil adaptação humana e de outros seres vivos.
Localizado no continente africano, o deserto do Saara é o maior e mais famoso do mundo, sua extensão territorial é de aproximadamente 9 milhões de quilômetros quadrados, sendo maior que a área do Brasil. Está presente em mais de dez países: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Tunísia e Sudão. Estende-se ainda pela Etiópia, por Djibuti e pela Somália, onde recebe denominações locais. O deserto do Saara consiste em um divisor natural do continente africano: ao norte do Saara está a África Mediterrânea, ao sul, localiza-se a África Subsaariana.
Apresenta uma zona de alta pressão atmosférica e baixos níveis de umidade. Seu clima é um dos mais áridos do mundo (hiperárido). As temperaturas são elevadas, podendo atingir mais de 50 °C durante o dia. No entanto, possui grande amplitude térmica, e as temperaturas durante a noite caem drasticamente, ficando na marca de 0 °C. As chuvas são quase nulas, acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após longos períodos secos. A paisagem vegetal está ausente na maior parte desse domínio, presente apenas em áreas de oásis.
Mesmo apresentando todas essas características adversas à sobrevivência, o Saara é habitado. Destacam-se os tuaregues (povos nômades) e os beduinos (povos que praticam o comércio ambulante). No deserto do Saara, os oásis são os locais mais procurados para a fixação humana, pois apresentam afloramento de lençóis freáticos na superfície, proporcionando o surgimento de vegetação.
Clima:
O clima do Saara mudou em tempos geológicos relativamente recentes. Há cinco milhões de anos, o deserto adquiriu seu aspecto atual. Anteriormente, como atestam os estudos geológicos e antropológicos, muitos lugares recebiam água suficiente para cobrirem-se de vegetação, que sustentava grandes mamíferos. Na atualidade, vastas regiões do Saara não recebem nenhuma precipitação durante períodos de vários anos. As temperaturas têm uma ampla margem de variação ao longo do ano, inclusive entre o dia e a noite. Na parte norte são freqüentes as geadas noturnas no inverno, assim como nas altas montanhas. As temperaturas máximas registram-se nos meses de julho e agosto, no norte, e em maio e junho, no sul. Os oásis, em geral situados em depressões nas quais o nível da superfície se aproxima e às vezes está abaixo da camada freática, possuem microclimas mais suaves que o deserto circundante. Os ventos dominantes na parte norte do deserto são os alísios secos do nordeste, que sopram com constância durante quase todo o ano. Do sul, ao contrário, recebe-se a monção do sudoeste. Com ela chegam as chuvas, que caem no verão na faixa semidesértica do Sahel, no limite com o verdadeiro deserto. No inverno, as frentes polares podem chegar até o litoral do Mediterrâneo, descarregando abundante água e neve nos montes Atlas e, em casos excepcionais, no extremo setentrional do Saara propriamente dito.
Os ventos do deserto podem adquirir extraordinária violência e são muitas vezes acompanhados de tempestades de areia. No Sahel, o harmatã, que sopra no outono a partir do nordeste, acelera o ressecamento dos pastos que se desenvolvem durante a estação úmida. A faixa climática de influência atlântica é bastante estreita. As costas da Líbia e do Egito, banhadas pelo Mediterrâneo, também se beneficiam da influência moderadora do mar, sobretudo no inverno, e apresentam alguma vegetação de tipo estépico. A parte central do Saara, ao contrário, só recebe chuva em curtos períodos entre vários anos consecutivos de seca absoluta, e é totalmente desprovida de vegetação.
Vegetação e fauna:A árvore característica do Saara é a tamareira, que forma densos palmeirais nos oásis. Nas zonas marginais aparecem acácias e arbustos da família das tamaricáceas.
Os animais do deserto estão adaptados à falta d'água, e são de hábitos noturnos e vida predominantemente subterrânea. Antílopes aproveitam os escassos pastos das zonas marginais do deserto. Algumas espécies de insetos e pássaros são capazes de atravessar as zonas mais áridas.
População:
Não há praticamente nenhum lugar do deserto onde exista um pouco de água e vegetação que não tenha sido ocupado por algum pequeno grupo humano. Em épocas pré-históricas, o clima mais úmido facilitou o assentamento do homem em zonas que hoje estão totalmente desertas. O surgimento do camelo domesticado, pouco antes da era cristã, permitiu aos povos que o possuíam distanciarem-se pouco a pouco dos enclaves habitáveis. A população dos oásis, que era de tipo negróide, foi substituída paulatinamente por grupos de berberes de raça branca procedentes das margens mediterrâneas. Com base étnica berbere podem distinguir-se os povos árabe-berberes do norte, os mouros do oeste (Mauritânia) e os tuaregues do centro. Os povos do Tibesti e do sul do deserto apresentam características étnicas berberes e negróides.
Os habitantes do Saara têm tradicionalmente praticado o pastoreio nômade, nas áreas marginais que o permitem, e a agricultura sedentária, nas áreas irrigadas dos oásis, limitadas pela pouca água disponível, mas cultivadas como verdadeiros jardins. A pressão dos governos e as mudanças econômicas impunham, no fim do século XX, a sedentarização dos nômades.
Noticia:
piloto australiano Robbie Maddison abriu em grande estilo os treinos para a segunda etapa do X-Fighters, no deserto do Saara. Ele, que no mês passado saltou 103m sobre um canal na Grécia, está em terceiro na temporada